Ah, se naquela noite eu a tivesse ouvido pela última vez. Se diante daquela situação, eu em meus momentos de devaneios, encontrasse dentro de mim a força de enxergar além do meu egoísmo. Mas não, não fui capaz de ver como um ser racional, não fui forte o bastante para escutá-la. Eu queria era me divertir, sair e beber todas! Quem dera poder voltar e fazer tudo ser diferente...
Aquela noite, onde a chuva não cessava, onde os carros sairam disparados de jovens alcoolizados. Aquela noite em que ela, a figura materna e sagrada, me pediu pra que não a deixasse sozinha. Malditos 'amigos' que me fizeram negar seu pedido, mal sabia eu o que me aguardava. Depois da festa, todos saímos e eu a deixei, só não sabia que aquele olhar triste, seria o último olhar de minha mãe para mim! o carro em que ela voltou para casa capotou e eu a perdi, perdi pra sempre. Ah, quanto ódio brotava do meu peito, como fui um tolo e egoísta. Era minha mãe quem eu tinha perdido, nada mais fazia sentido na minha vida... mas eu lembro, naquela festa, eu a tirei para dançar na valsa, e pude notar que ela estava toda orgulhosa e cheia de sí.
Somente esse é o meu consolo, minha última lembrança sempre será a valsa, que foi com ela e pra ela.
Magnífico. Por um momento quase achei que fosse com você, juro!
ResponderExcluirA melhor na minha opinião. Título fortíssimo. Em poucas linhas você resumiu uma lição de vida. Parabéns, sua habilidade com palavras faz o leitor refletir... e muito. =D
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