quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A Última Valsa

 Ah, se naquela noite eu a tivesse ouvido pela última vez. Se diante daquela situação, eu em meus momentos de devaneios, encontrasse dentro de mim a força de enxergar além do meu egoísmo. Mas não, não fui capaz de ver como um ser racional, não fui forte o bastante para escutá-la. Eu queria era me divertir, sair e beber todas! Quem dera poder voltar e fazer tudo ser diferente...
 Aquela noite, onde a chuva não cessava, onde os carros sairam disparados de jovens alcoolizados. Aquela noite em que ela, a figura materna e sagrada, me pediu pra que não a deixasse sozinha. Malditos 'amigos' que me fizeram negar seu pedido, mal sabia eu o que me aguardava. Depois da festa, todos saímos e eu a deixei, só não sabia que aquele olhar triste, seria o último olhar de minha mãe para mim! o carro em que ela voltou para casa capotou e eu a perdi, perdi pra sempre. Ah, quanto ódio brotava do meu peito, como fui um tolo e egoísta. Era minha mãe quem eu tinha perdido, nada mais fazia sentido na minha vida... mas eu lembro, naquela festa, eu a tirei para dançar na valsa, e pude notar que ela estava toda orgulhosa e cheia de sí.
Somente esse é o meu consolo, minha última lembrança sempre será a valsa, que foi com ela e pra ela.

2 comentários:

  1. Magnífico. Por um momento quase achei que fosse com você, juro!

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  2. A melhor na minha opinião. Título fortíssimo. Em poucas linhas você resumiu uma lição de vida. Parabéns, sua habilidade com palavras faz o leitor refletir... e muito. =D

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